Identificação e caracterização genotípica dos vírus gastrointestinais, isolados de análises coproscópicas de indivíduos adultos infectados pelos vírus HIV em Porto Velho - RO

Abstract

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença que nos seres humanos causa a progressiva destruição do sistema imunitário, favorecendo condições para o desenvolvimento de infecções oportunistas, tornando-se um problema de saúde pública. O objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar os vírus gastrointestinais Rotavírus - RoV, Norovírus - NoV, Adenovírus - AdV e Astrovírus - AstV, de isolados coproscópicos de indivíduos infectados pelo HIV em Porto Velho-RO. Para a obtenção dos resultados foi realizada extração do material genético pela metodologia de Chomczynku e Sacchi; RT-PCR para identificação de RoV, NoV e AstV; e PCR para o AdV. Para a análise filogenética do material sequenciado foi utilizado BioEdit Sequence Alignment Editor e para a montagem e alinhamento da árvore filogenética foram utilizados os programas Geneious e Mafft. Foram analisadas 150 amostras fecais, sendo identificadas: 9,3% (14/150) de RoV; 3,3% (5/150) de NoV; 9,3% (14/150) de AdV; e nenhuma ocorrência para AstV. O perfil genotípico dos RoV consistiu em G1P[8]; G12P[8]; G12PNT; G3P[8]; G3PNT; GNTP[8] e GNTPNT. O perfil genotípico dos NoV encontrados para região da polimerase consistiu em GII.Pe; GII.P17 e GII.Pg; e, para a região do capsídeo, GII17 e GII1. O perfil genotípico dos AdV foi pertencente aos dos grupos D e F. Em relação às condições socioeconômicas, observou-se que apresentaram baixo nível de escolaridade e baixo ganho salarial. Essas informações concordam com outros estudos que mostraram que a maioria dos indivíduos infectados pelo HIV tem baixa renda familiar e insuficiente escolarização. No presente estudo, NoV foi identificado abaixo do apresentado em estudo realizado no Brasil; em relação à genotipagem dos RoV, o tipo G1P[8] continua circulando no país. No tocante à infecção do AdV, o presente estudo concordou com resultados da Argentina e do Brasil. No que diz respeito à negativa para o AstV, tal resultado diverge de outros estudos, como os conduzidos em Atlanta e em Córdoba. Em conclusão, o estudo fornece dados relevantes, favorecendo o planejamento de futuras ações que visam à melhoria na assistência médico-sanitária.