Posseiros e indígenas na luta pela terra em A Flecha, de Confúcio Moura

Abstract

Esta dissertação examina a luta entre posseiros e indígenas pela posse da terra na região do município de Ariquemes, na década de 1980, representada pelo autornarrador Confúcio Moura em A Flecha: Ariquemes, colonização e rapto na selva. A representação do indígena na obra – que narra, a partir de fontes orais, o processo de colonização do Estado de Rondônia – oscila entre a naturalização dos nativos como os intrusos, malfeitores, bestiais, incivilizados e de não-indígenas como os pioneiros do progresso nessa região amazônica. Para tanto, esta pesquisa procurou identificar como se dá essa trama no relato de Confúcio Moura, a partir de uma abordagem qualitativa do tipo bibliográfica e de enfoque analítico-interpretativo apoiado na técnica temática e discursiva do escritor em tela, ao apresentar e questionar a estrutura social, política, econômica e cultural desenhada no conjunto de narrativas que compõem A Flecha. Nessa perspectiva, o eixo fundamental que orienta essa leitura é a teoria pós-colonialista, de maneira que visitamos autores que se inserem nesse âmbito teórico, bem como aqueles que dão tratamento ao tema da colonização. A pesquisa evidenciou, entre outras constatações, que o indígena é apresentado como o antinatural, ou seja, ele é visto como intruso e, portanto, um empecilho ao progresso brasileiro.