Dendrometria de espécies arbóreas em uma floresta primária na Amazônia Ocidental

Abstract

A Floresta Amazônica atua como reguladora do clima regional e global, além de atuar nos ciclos biogeoquímicos como o da água e do carbono. Representa um dos maiores reservatórios de carbono estocando cerca de 40 a 50% do carbono terrestre total em biomassa viva e solo. Estudos do crescimento e estocagem do carbono em biomassa arbórea pode corroborar no entendimento do fluxo de CO2, uma vez que as florestas podem atuar como sumidouro, fonte ou apresentarem equilíbrio. O método mais utilizado na quantificação dos fluxos de carbono consiste na técnica de covariância de vórtices turbulentos, que embora seja o melhor método, possui alto custo de operação, apresenta falhas e dificuldades logísticas. Dados provenientes de inventários florestais auxiliam nas estimativas de fluxo de CO2 e podem corroborar com os dados de torres micrometeorológicas com o uso de medidas alométricas para estimativa de biomassa e consequentemente estoque de carbono. Essas medidas podem ser realizadas de forma direta (abate da árvore) ou indireta. Dentro dos métodos indiretos o uso de fitas dendrométricas e equações alométricas se destaca devido à facilidade de aplicação e baixo custo. Neste contexto, o presente trabalho objetivou quantificar e analisar as características dendrométricas, tais como biomassa, estoque de carbono e incremento arbóreo, por meio de medidas dendrométricas em uma área de floresta primária, localizada na Reserva Biológica do Jaru, Amazônia Ocidental. Este estudo foi realizado com dados de fevereiro de 2016 a janeiro de 2021 em uma parcela permanente de 1 ha. A biomassa estimada para os indivíduos apresentou aumento em todas as categorias estudadas, no total houve um acréscimo de 12.559,02 kg ha-1, o estoque de carbono apresentou valores crescentes ao longo dos anos de estudo, apresentando em janeiro de 2021 o valor de 135.626,91 kg C ha-1. O incremento arbóreo sofre influência da umidade, sendo que os indivíduos de maior porte apresentaram maior vulnerabilidade às estações, com picos de queda durante as secas. Com base nas estimativas de biomassa foi possível constatar que a parcela estudada se apresentou como sumidouro do CO2 excedente na atmosfera durante os anos de estudo.