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Título: A batalha da borracha: os migrantes nordestinos – memória e imaginário
Autor(es): Silva, Maria Liziane Souza
Palavras-chave: Corte da seringa
Nordestinos
Data do documento: 2018
Citação: SILVA, M. L. S. A batalha da borracha: os migrantes nordestinos – memória e imaginário. 2018. 150 f. Dissertação (Mestrado em Geografia), Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG), Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir), Porto Velho, 2018.
Resumo: A região Amazônia/Acre, terra que já abundou a seringueira, matéria prima para a fabricação da borracha, foi atrativo para milhares de pessoas que vieram principalmente do Nordeste brasileiro em plena expansão extrativa da borracha. Nestes movimentos estão os do final do sec. XIX e meados do sec. XX, período da Segunda Guerra Mundial. Nas propagandas do governo federal esta região era retratada como “terra da fartura e da vitória”, um atrativo para o recrutamento de milhares de homens como soldados, os chamados “soldados da borracha”. O objetivo deste trabalho é refletir, através de relatos contados por nordestinos residentes no Estado do Acre e/ou esposas e filhos, que também são frutos deste processo uma vez que vivenciaram diariamente as dificuldades dentro de seringais, os motivos que levaram eles a migrarem; de que forma era feito a convocatória; quais as promessas feitas pelo governo; como eram transportados desde o Ceara até a chegada aos seringais amazônicos; quais os perigos e adversidades enfrentados pelo novo soldado dentro dos seringais e se o resultado de toda a experiência foi satisfatória no projeto “vida nova”. Trazer a discussão desses migrantes destaca os 140 anos da migração nordestina para a Amazônia, ocorrida a partir de 1877, enriquecendo teoricamente o discurso do fenômeno. Para compreender as vivências e experiências destes migrantes utilizamos a abordagem fenomenológica, por ser um método que contempla as percepções, as subjetividades, as emoções e suas afetividades e que permitiu durante a entrevista uma troca de sentimentos empáticos, de forma a poder colocar-se no lugar do outro, na capacidade de poder sentir a dor do outro e compreendê-lo como se fossem um só. Foi na aposta destas sensações, em valorar estas sensibilidades, ouvindo cada particularidade, que se optou pela fenomenologia. A principal técnica adotada neste estudo foi a da fonte oral, que tem se mostrado, através dos séculos, a maior fonte humana de conservação e difusão do saber. As narrativas desses sujeitos revelam que a nova região não tinha nenhuma conexão com a realidade transmitida pelas propagandas, pelo contrário suas falas desconstroem toda falácia implantada pelos cartazes da época. A região era bem diferente e os dias foram mais que difíceis. Ninguém ficou rico, ninguém teve a vida transformada pela riqueza da borracha. Tudo era utopia. O sonho de riqueza e de volta com vida melhorada era fumaça, era ilusão. Contudo, eles absorveram o novo espaço como seu. Tornaram-se tão íntimos que mesmo revelando todo tipo de limitação que passaram, ainda hoje, optam pelo lugar “da mata”, dos seringais, da saudade. Em verdade, estes movimentos migratórios foram pontos chaves para a formação social, econômica e cultural daquilo que se tornaria o “Acre”. Essenciais para fazer emergir um novo lugar, formando nova identidade, mostrado pelo trabalho, modo de vida, das vivencias, experiências, dos sofrimentos e esperanças desses migrantes que aqui aportaram em busca de trabalho e “dinheiro fácil”.
Descrição: Dissertação de Mestrado apresentada ao de Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG), na Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), como requisito final para obtenção do título Mestre em Geografia. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria das Graças Silva Nascimento Silva.
URI: https://ri.unir.br/jspui/handle/123456789/3178
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