O profissional de educação física no contexto da capoeira: realidade da cidade de Porto Velho

Abstract

A capoeira é considerada uma prática corporal e cultural afro-brasileira que surgiu no Brasil durante o período escravocrata. Ela tem conquistado grande reconhecimento ao longo dos anos. É praticada por várias classes sociais e em diversos locais, como clubes, escolas, academias e projetos sociais. Para o ensino da capoeira, não é obrigatório que o professor tenha graduação em Educação Física. O presente estudo teve como objetivo investigar se e como o Profissional de Educação Física está inserido nos grupos de capoeira da cidade de Porto Velho. Também foi objetivo pesquisa verificar como ocorre a organização da capoeira na cidade de Porto Velho. A pesquisa teve caráter qualitativo, observacional transversal e descritivo. Participaram da pesquisa quatro professores/mestres de capoeira, com idade entre 32 e 42 anos. Como instrumentos da coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas. A pesquisa evidenciou que na cidade de Porto Velho existem cerca de 15 grupos de capoeira, mas apenas quatro são considerados atuantes. Crianças e adolescentes são o público-alvo dos grupos. Até o momento da pesquisa, somente um grupo tinha professor de capoeira graduado em Educação Física responsável pelas aulas. Quanto aos mestres, apenas um grupo possuía mestre graduado em Educação Física. Sobre o potencial impacto da formação em Educação Física para ministrar aulas de capoeira, as opiniões foram divergentes. Diante dos resultados encontrados, pode-se observar que a inserção do profissional de Educação Física na capoeira da cidade de Porto Velho é muito pequena, quase inexistente. Apesar de ser um campo de atuação oportuno ao profissional de Educação Física, ainda não tem sido muito explorado. Talvez isso se deva à falta de prática e graduação na capoeira. Para os praticantes da capoeira da cidade de Porto Velho, esta realidade pode significar mais problemas relacionados à organização das aulas e riscos de lesões, vez que o conhecimento dos responsáveis pelas aulas pode estar limitado às técnicas da luta. Diante desta realidade, julgamos que, a curto prazo, parcerias entre graduados em Educação Física e professores de capoeira poderiam beneficiar os praticantes. No campo científico, recomenda-se que estudos futuros busquem explorar se a ausência de formação interfere, de fato, nas aulas. Acompanhar esse processo de inserção do profissional em questão também se mostra importante.