Relação da prevalência de atividade física, sofrimento psíquico e estresse dos agentes penitenciários: um estudo de caso no município de Porto Velho - Rondônia

Abstract

Os agentes penitenciários são responsáveis pela guarda dos indivíduos encarcerados e estão constantemente expostos a agressões, ameaças, possibilidades de rebeliões, onde correm o risco de serem mortos ou reféns. A natureza estressante e perigosa dessa profissão, associado ao sedentarismo pode repercutir na saúde física e mental desses profissionais. O presente estudo teve como objetivo verificar a relação da prevalência atividade física, sofrimento psíquico e estresse dos agentes penitenciários da casa de detenção José Mario Alves da Silva - Urso Branco. Esta é uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 25 agentes penitenciários plantonistas do gênero masculino com média de idade 36 anos (± 5). Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: Questionário Internacional de Atividade Física –IPAQ; Self Report Questionnaire - SRQ-20 e o Inventário de Sintomas de estresse para Adultos de Lipp (ISSL). Diante das respostas obtidas nos questionários contatou-se com relação ao nível de atividade física uma prevalência de 44% dos agentes penitenciários ativos, 40% irregularmente ativos, 16% sedentário. Com relação ao estresse, observou-se uma prevalência de 52%, sendo que destes, 4% estavam na fase de alerta, 32% na fase de resistência e 16% na fase de exaustão. Já o sofrimento psíquico a prevalência foi 32%. Quando analisado a associação entre o nível de atividade física e estresse não foi encontrado uma relação estatisticamente significativa entre os agentes penitenciários insuficientemente ativos e o com estresse, mas foi observado uma tendência a associação, uma vez que 64,29% dos agentes penitenciários insuficientemente ativos estavam com estresse e dos ativos 36%. Apesar de não ter sido encontrado uma relação estatisticamente significativa entre o nível de atividade física e o sofrimento psíquico, observou-se uma tendência a associação, uma vez que 42,86% dos indivíduos insuficientemente ativos estavam com sofrimento psíquico e apenas 18,18% dos ativos possuíam esse distúrbio. Os agentes penitenciários do Urso Branco apresentam um alto índice de sofrimento psíquico, de estresse e mais da metade são insuficientemente ativos. Esses resultados são preocupantes e estratégias urgentes precisam ser adotadas nessa casa de detenção, pois seus funcionários correm um alto risco de obterem doenças graves.