Educação infantil no/do campo: Uma pesquisa bibliográfica na CAPES/Brasil

Abstract

A Educação do Campo e a educação infantil do campo são resultados concretos da luta dos Movimentos Socias, em especial, do Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra que há mais de duas décadas trava batalhas “por uma Educação do Campo” para superar a perspectiva da educação rural, uma vez que, a Educação do Campo se opõe às práticas educativas descontextualizadas da vida dos sujeitos da chamada pequena agricultura. As lutas pelo direito à educação específica se dá em função de historicamente, o país ter favorecido projetos de educação e de desenvolvimento para o capital/ grandes proprietários de terras, ao mesmo tempo em que negligenciava a formação crítica e integral, principalmente para o campo. A partir de um lugar negligenciado que é o campo, remetendo aos camponeses, o surgimento da Educação do Campo e da educação infantil do campo se tornaram políticas públicas com obrigatoriedade para a pré-escola, de crianças de quatro e cinco anos de idade; política de atendimento de transporte escolar, intra-campo; alimentação escolar em maior quantidade para crianças do campo; escolas melhor equipadas; formação de professores em Licenciaturas específicas segundo a Lei 11.947/2009 e Resolução CEB/CNE 02/2009. É importante considerar que muito além da obrigatoriedade educação infantil do campo, são necessárias condições para o atendimento de crianças pequenas nas escolas e salas, respeitando e valorizando o conhecimento desde esse local. Com o tema de estudo, a pesquisa se propôs, por meio revisão bibliográfica sistemática, entender o que tem sido produzido sobre a educação infantil do/no campo, baseada no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os principais autores que subsidiaram esse estudo são: Arroyo, Caldart e Molina (2004) Caldart (2010; 2012; 2018); Fernandes e Molina (2004) Valadão (2018); Minayo (2002); Ploeg (2008), Conte e Souza (2022); Felix (2018); Brandão (2017); Camini (2009) Freire (1996); Ariés (2006) Gadotti (2012), entre outros. Esse Trabalho teve como objetivo evidenciar temáticas discutidas na educação infantil do campo e, a partir delas, verificar lacunas ou desafios para essa modalidade e fase da educação. O estudo se propôs, também a escrutinar o que tem sido afirmado a partir dos estudos selecionados para análise a fim de poder deixar contribuições sobre como tem sido a educação infantil do campo, como um campo muito recente de práticas e teorias, visto que o primeiro trabalho selecionado é do ano de 2011. Destaca-se como relevante alguns elementos, como: a importância da força dos movimentos sociais em pressionar para a existência e continuidade da educação infantil do campo; necessidade de seguir pensando e repensando, junto com a comunidades, o deslocamento das crianças pequenas para espaços de educação infantil no/do campo; necessidade de formação específica de professores para atuação na educação infantil do campo e com isso incluir temas como relações raciais, ecologia; crianças em espaços da natureza para as suas brincadeiras e aprendizagens; construir políticas junto às mães, principalmente, das comunidades atendidas.