Biomassa e carbono em áreas de manejo florestal na Amazônia Sul Ocidental.

Abstract

A biomassa e o carbono estocado nas florestas tropicais passaram a ser foco de muitos estudos na Amazônia, em escala nacional e internacional. Essas florestas possuem grande importância na regulação climática do planeta e por isso se busca obter estimativas mais próximo ao real quanto aos seus estoques e dinâmica, considerando que para se ter precisão dessas informações há a necessidade de remoção das árvores que a compõem. Com ênfase nas áreas submetidas a concessão da Amazônia Sul Ocidental, são poucos os estudos que corroboram no entendimento do comportamento ecológico desse ecossistema que poderiam mediar ações para o manejo florestal sustentável e para políticas de controle do clima. Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi caracterizar e avaliar a dinâmica da biomassa e do carbono em área de manejo florestal na Amazônia Sul Ocidental. O estudo foi realizado em cinco parcelas permanentes da Unidade de Produção Anual 02, na Unidade de Manejo Florestal III, na Floresta Nacional do Jamari-RO. Utilizou-se dados de inventários florestais de 2013, 2015 e 2018. Os estoques de biomassa e carbono acima do solo foram estimados a partir de equações alométricas de simples entrada ajustadas para a porção Sul Ocidental da Amazônia. Foi gerado o Incremento Periódico Anual para o período de 2013 a 2015 e de 2015 a 2018 por espécie. A composição florística se mostrou diversificada. As primeiras classes diamétricas acumularam o maior estoque médio de densidade por hectare, enquanto que o intervalo de 50-60 cm apresentaram o maior estoque de biomassa e, consequentemente, carbono nos três anos avaliados. O estoque total de densidade, biomassa e de carbono se mostrou crescente após a exploração florestal, indicando que a floresta acumulou biomassa. As espécies que mais contribuem para o acúmulo de biomassa e carbono foram Tachigali spp. e Protium robustum. A extração ilegal afetou os processos de acúmulo de biomassa e carbono na UPA, sendo um fator negativo para o equilíbrio dinâmico do sequestro de carbono nas florestas naturais. Os ganhos e as perdas de biomassa e carbono estão diretamente ligados às práticas de manejo adotadas, situações de extração ilegal de madeira na área devem ser evitada afim de não comprometer os serviços ambientais prestado pelas florestas.