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Title: As invenções de isolamento e do ser amazônico em Euclides da Cunha, nos memes e no espaço vivido
Authors: Cidreira, Jefferson Henrique
Keywords: Amazônia
Euclides da Cunha
Espaço vivido
Issue Date: 2020
Citation: CIDREIRA, Jefferson Henrique. As invenções de isolamento e do ser amazônico em Euclides da Cunha, nos memes e no espaço vivido. 2020. 192 f. Tese ( Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGG) - Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2020.
Abstract: Desde o século XVI, colonizadores, cientistas e viajantes, começaram a atribuir à Amazônia imagens fantasiosas, exóticas, selvagens. Todavia, foi com o advento do período republicano brasileiro, outros discursos ecoaram, inventados por um paradigma dominante, o capitalismo. Mas como a figuração do outro instituiu construtos discursivos em relação à Amazônia? Ou seja, como as ideias do outro reforçaram e “influenciaram” o discurso de constituição de uma imagem de isolamento à região amazônica Ocidental, que foi empreendida por um Brasil recém republicano que buscava uma identidade nacional através de tessituras ‘genuinamente’ brasileiras? Seguindo essa premissa, nosso objetivo centra em mostrar como num Brasil República, que ansiava e ecoava o progresso, o desenvolvimento, a civilização e uma identidade nacional para seu Território, passa a partir de uma escrita brasileira, a (re) inventar e/ou solidificar à Amazônia, espaço e ser, vista como isolada, atrasada, onde o homem estava destinado a não produzir cultura e como esses discursos pejorativos e estereotipados pelo outro, ainda ecoam através de novas linguagens. Além disso, é desejo nosso mostrar outra invenção, efeito de verdade erigido por meio da relação fenomenológica entre o sujeito e seu lugar, um espaço vivido. Assim, a preposição de tese reside nas (re) invenções da Amazônia, seu ser e espaço, em Euclides da Cunha, notável autor que abraçou os ideais de progresso e civilização da República do Brasil, mediante aos seus escritos, quando chefiara a Comissão de Reconhecimento ao Alto Purus (1904-1905) e o livro que reunira suas impressões, À margem da História (1909); nos memes; e no espaço vivido. Tem como área de análise a Amazônia brasileira, parte Ocidental, formada pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Pará, todavia, incluímos, também, o estado do Amapá. O recorte temporal data de 1905 a 2020. A análise recorreu às acepções dos Estudos Culturais de Homi Bhabha (1998) e Paul Claval (1995; 2001); interdisciplinares de Patrick Charaudeau (2010); a Análise discursiva de Mikhail Bakhtin (1981; 1995; 1999; 2003) e Michel Foucault (1972; 1979; 1987; 1988; 1994; 1996; 2001) e os textos fenomenológicos de Martin Heidegger (1991; 2000; 2002; 2005; 2006; 2015); Eric Dardel (2011); Gaston Bachelard (1993); Yi-Fu Tuan (1983; 1986); Acosta (2016). Por meio dessa gama teórica, pudemos figurar as invenções do outro, de diferente povoação, exógenas, que disseminaram e continuam a apresentar o ser e o espaço das Amazônias como bárbaros, atrasados, onde o homem está destinado a não ter cultura, inferno verde, paragem de isolamento; além de desnudar, resistir, imanar os ecos da relação íntima entre natureza e o ser-e-estar-no-mundo, sem determinismos, que se tornam cruciais na presença de um bem viver a partir do existencialismo do ser amazônico e suas vivências recíprocas com o mundo que o circunda, elemento crucial para desmistificar olhares alheios, imagens retorcidas, permitir discursos endógenos serem audíveis, causando uma invenção como efeito de verdade.
URI: https://ri.unir.br/jspui/handle/123456789/3906
Appears in Collections:Doutorado em Geografia (Tese)

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