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Título: Mulheres no e em movimento: uma abordagem geosociossemiótica da presença feminina no movimento dos atingidos por barragens em Rondônia (MAB-RO)
Autor(es): Matarésio, Larissa Zuim
Palavras-chave: Geosociossemiótica
Usinas hidrelétricas do rio Madeira
Ecofeminismo
Data do documento: 2021
Citação: MATARÉSIO, Larissa Zuim. Mulheres no e em movimento: uma abordagem geosociossemiótica da presença feminina no movimento dos atingidos por barragens em Rondônia (MAB-RO). 2021. 165 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Geografia) - Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2021.
Resumo: Por meio de ações de empoderamento feminino, as Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens de Rondônia (MAB-RO) ressignificam os seus espaços vividos após a perda de seus geosímbolos com a implantação das barragens hidrelétricas em seus territórios. No caso de Rondônia, as duas usinas de grande porte, Santo Antônio (2008) e Jirau (2009), modificaram os modos de vida, de relacionamento, de plantio, o contexto geográfico e a relação com a água, impactando sobremaneira a vida das mulheres da região. O enfrentamento cotidiano contra os desmandos das grandes empresas e os problemas ambientais, sociais e econômicos, decorrentes desses empreendimentos é transposto em arpilleras e nas ações ecofeministas, ao exemplo do Projeto Energético Popular (PEP). As arpilleras são uma técnica de bordado com objetivo político de denúncia; inicialmente surgiu no Chile durante a ditadura militar e agora é utilizado pelo MAB para dar voz ao discurso do coletivo feminino do movimento; enquanto o PEP propõe um novo modelo energético para o Brasil e países da América Latina. Por meio da Geosociossemiótica foi possível apreender os sentidos e as construções discursivas que são tecidas nestes bordados e nos discursos que estão ligados às vivências e experiências dessas mulheres. A Geosociossemiótica, proposta inovadora desta tese, é empregada como ferramenta agregada ao método fenomenológico por um viés geográfico e sociossemiótico para analisar as intersecções presentes no e em movimento que o MAB-RO Mulheres presentifica em sua ressignificação espacial. Os discursos dessas mulheres são, então, a construção simbólica de um novo espaço vivido para elas, seus filhos e filhas e sua comunidade a partir de uma interpretação outra, que se dá pelos laços culturalmente estabelecidos pelo “ser atingido por barragem”. Por isso, analisou-se, além dos geosímbolos das mulheres do MAB, como eles se estabelecem por múltiplas interações existentes em ato, como a criação do espaço e do território; a utilização feminina destes espaços; os embates entre empreiteiras e as mulheres; as significações do que é ser e atuar enquanto comunidade, o que é resistência dentro desse processo, e o que a posse da terra tem a ver com o empoderamento feminino; entre outros aspectos. Sendo assim, tal ferramenta possibilitou a compreensão do porque as mulheres são as primeiras a denunciarem as grandes corporações pela exploração massiva dos seus territórios que trazem consequências cada vez mais danosas ao meio ambiente e à vida de comunidades no campo e na cidade. As ações de empoderamento nesses locais resultam em importantes mudanças nas condições de vida e de saúde, na divisão do trabalho de forma mais justa e na melhoria da condição socioeconômica, permitindo o desenvolvimento e o diálogo entre as mulheres, criando espaços de informação e novas possibilidades de formação e de organização.
URI: https://ri.unir.br/jspui/handle/123456789/3932
Aparece nas coleções:Doutorado em Geografia (Tese)

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