Home office: a percepção dos colaboradores sobre a qualidade de vida no trabalho

Abstract

Em um panorama de competitividade entre as empresas, de busca das melhores práticas de gestão e de valorização dos recursos humanos é reforçada a discussão acerca da qualidade de vida no trabalho (QVT) a fim de proporcionar aumento da produtividade do colaborador, bem como da sua satisfação no ambiente organizacional. Nesse sentido, vários autores estudaram formas de avaliação de QVT, sendo que Walton (1973) propôs um modelo bastante completo e diversificado com variáveis que envolvem desde a compensação adequada até a relevância social da vida no trabalho. Ocorre que, com a pandemia da Covid-19 em 2020, houve a aderência em massa ao formato de trabalho home office como uma forma de as empresas continuarem com suas operações. Logo, com a mudança do ambiente de trabalho para o âmbito doméstico, torna-se necessário verificar a percepção dos colaboradores sobre a QVT mediante essa nova conjuntura. Com isso, este trabalho teve como objetivo geral analisar os efeitos do home office na qualidade de vida no trabalho de acordo com a percepção dos colaboradores, tomando por base as categorias propostas pelo Modelo de Walton. A pesquisa foi caracterizada como descritiva, com abordagem quantitativa, feita por meio de questionário validado e consistência comprovada por meio do coeficiente Alfa de Cronbach que resultou em um alto fator de confiabilidade (α = 0,899). A amostra foi composta por 80 colaboradores de um escritório de advocacia da cidade de Porto Velho (84,21% da população pesquisada). O resultado mostrou que, de modo geral, as pessoas apresentam uma boa qualidade de vida no trabalho, sendo o principal critério de satisfação relacionado à integração social no trabalho e como maior insatisfação, o salário. Além disso, os colaboradores percebem como vantagens do home office, aspectos relacionados à maior produtividade, desenvolvimento de autoconfiança e de independência, maior economia com deslocamentos e mais tempo com a família. Como desvantagens, observou-se principalmente: falta de convívio diário com os colegas e excesso de carga de trabalho.