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Título: Caracterização do conhecimento indígena sobre os recursos pesqueiros da terra indígena Rio Branco.
Autor(es): Solidera, Wermiton Tiago Santos
Palavras-chave: Etnobiologia;
Conhecimento tradicional;
Peixes;
Bacia Amazônica.
Data do documento: 2019
Citação: SOLIDERA, W. T. S. Caracterização do conhecimento indígena sobre os recursos pesqueiros da terra indígena Rio Branco. Dissertação apresentada a Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus Rolim de Moura, como requisito para a obtenção do Título de Mestre em Ensino de Ciências da Natureza, sob a orientação do professor Dr. Izaias Médice Fernandes.
Resumo: O presente estudo foi realizado na Terra Indígena (TI) Rio Branco, situada no sul do Estado de Rondônia nos municípios de Alta Floresta d'Oeste, São Francisco do Guaporé e São Miguel do Guaporé. Na TI Rio Branco encontra-se os povos Aikanã, Arikapú, Aruá, Djereomitxí, Kanoê, Makurap, Kampé e Tupari. O estudo tem como objetivo caracterizar o conhecimento tradicional dos pescadores indígenas da bacia do rio Branco, identificando a partir desse saber a diversidade e a dinâmica ecológica dos peixes, bem como as técnicas e os locais das atividades de pesca. Foram realizadas visitas as aldeias para estabelecer uma socialização, e visitas aos locais de pesca, a fim de conhecer o ambiente e as técnicas utilizadas pelos indígenas. A pesquisa foi realizada com 35 Indígenas Pescadores de diversas aldeias e etnias, selecionados de acordo com a indicação dos próprios moradores, através de entrevistas com questionário semiestruturado. Foi constatado que 68,5% dos indígenas pescam a mais de 20 anos e 85,6% tem mais de 25 anos idade. Os indígenas citaram21 espécies como sendo as mais pescadas, dando destaque ao Pseudoplatystoma sp.(Pintado), Prochilodus nigricans (Curimba) o Astronutus crassipinis (Cara-açu) o Cichla sp.(tucunaré) e a Serrasalmus sp. (Piranha). Observam-se dois fluxos migratórios, o primeiro, de setembro a novembro, relacionado à reprodução e o segundo, entre abril e maio, período de vazante. Observa-se uma diminuição na disponibilidade de peixes pelos indígenas, exceto Clossoma macropomum (tambaqui) e Serrasalmus sp. (piranha), destacando o surgimento do Arapaima gigas (pirarucu). Os indígenas pescam menos de 20 horas semanais, capturando aproximadamente 20 quilos de peixes, em dias alternados. Os indígenas pescam no leito do rio, nas baias, nos campos alagados ou nos igapós, com linhadas, arco e flecha e o caniço, normalmente próximos as suas residências. As variações sazonais determinam: espécies pescadas; locais de pesca; e formas de captura dos peixes. Algumas dessas espécies são mais apreciadas como o Astronutus crassipinis, Pseudoplatystom sp. e Cichla sp. já outras são pescadas pela necessidade alimentar como, Serrasalmus sp. e Prochilodus nigricans. Concluise que os indígenas conhecem os aspectos ecológicos da ictiofauna local e demostram perceber os impactos ambientais que interferem na disponibilidade de peixes. Os indígenas praticam a pesca tradicional e de subsistência, sendo o peixe a principal fonte de proteína na alimentação, contribuindo ainda como parte da dinâmica familiar e social, através do qual os pais ensinam valores culturais que seguirão nas próximas gerações.
Descrição: Dissertação apresentada a Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus Rolim de Moura, como requisito para a obtenção do Título de Mestre em Ensino de Ciências da Natureza, sob a orientação do professor Dr. Izaias Médice Fernandes.
URI: https://ri.unir.br/jspui/handle/123456789/4174
Aparece nas coleções:Mestrado Acadêmico em Ensino em Ciências da Natureza (Dissertações)

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