Etnociência indígena e preservação da floresta: aspectos culturais na perspectiva de egressos indígenas da Licenciatura Intercultural da Amazônia.

Abstract

O presente texto teve como objetivo geral analisar os conhecimentos ancestrais presentes na perspectiva de egressos indígenas nos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) da Licenciatura Intercultural da região Amazônica, com vistas à preservação da floresta e sua relação com o ensino de ciências e de matemática. A metodologia envolveu uma pesquisa bibliográfica, exploratória com abordagem qualitativa. O foco de pesquisa foram 39 (trinta e nove) Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), da Licenciatura Intercultural da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e da Licenciatura Intercultural da Fundação Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Foram incluídos na pesquisa todos os trabalhos de conclusão de curso que tivessem relação com as temáticas de análise ―Meio Ambiente e Preservação‖ e ―Etnomatemáticas Indígenas‖, disponibilizado nos bancos de dados das respectivas instituições de ensino, com defesa entre o período de 2013 a 2019. A pesquisa pode se debruçar sobre os conhecimentos tradicionais de 18 (dezoito) etnias, sendo: Zoró, Aruá, Suruí, Cinta Larga, Karitiana, Cao Orowaje, Oro Win, Karipuna do Amapá, Galibi-Marworno, Palikur, Djeoromitxi, Tupari, Gavião/Ikolen, Aikanã, Makurap, Kanoé/Canoé, Sabanê e Oro Nao‘. Os resultados trazem discussões importantes sobre a preservação ambiental na perspectiva dos egressos indígenas, produzidos com suas comunidades, apontando não apenas a sua importância, mas também o reconhecimento de consequências advindas dos impactos ambientais negativos em seus territórios indígenas e a importância de elementos etnomatemáticos indígenas como instrumentos no processo de ensino e de aprendizagem na Educação Escolar Indígena. Tais elementos abordados foram contextualizados para melhor compreensão de conteúdos curriculares e podem ser elencados, como material didático, para que, outros professores indígenas possam utilizar. Para isso, a pesquisa foi embasada em Freire (2000); Diegues (1999; 2000); Leff (2001); Campos (2002); Santos (2006); Capra (2006); Pereira e Diegues (2010); D‘Ambrósio (2011); Barbosa e Aguiar (2018), Mattos e Ferreira Neto (2019), Mattos, Mattos e Alves (2019), Nunes, Reis e Oliveira (2020), Mattos, Mattos e Suruí (2020), Mattos (2020) dentre outros.