O igarapé encantado, de Maciste Costa: um caminho possível para o letramento literário

Abstract

A leitura de textos literários envolve várias percepções e finalidades, dentre as quais estão a reflexão, o prazer e, sobretudo, o despertar de sentidos e a apreensão de realidades por eles trazidas. No entanto, é necessário fazer das práticas escolares uma ponte para a formação de leitores, utilizando-se metodologias e materiais didáticos que promovam o letramento literário. Nessa perspectiva, esta dissertação apresenta uma análise da obra O igarapé encantado, de Maciste Costa (2016), com base nos quatro elementos apontados por Sosa (1978) como especificidades e características diferenciais da literatura infantil: o caráter imaginoso, o dramatismo, a técnica do desenvolvimento e a linguagem, neste caso, aplicados à literatura infantojuvenil. Considerando-se os fundamentos da literatura infantojuvenil e do letramento literário, apresenta-se, ainda, uma proposta didática pautada nos passos da Sequência Básica do letramento literário, conforme preconiza Cosson (2021), na obra Letramento literário: teoria e prática. Reflete-se sobre o espaço que o texto literário ocupa nas instituições de ensino, como proposta para construir caminhos possíveis, de modo que a literatura infantojuvenil ocupe um lugar de destaque na sala de aula do ensino fundamental. Concebe-se o letramento literário como um caminho viável para a legitimação das experiências pedagógicas, por meio de apropriação da obra pelo leitor, como processo de construção literária de sentidos. Como questão problematizadora, busca-se responder como os elementos estéticos que constituem a narrativa de O igarapé encantado podem ser trabalhados em uma Sequência Básica, na perspectiva do letramento literário. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico e analítico. Como principais referências teóricas, foram adotados: os pressupostos de Rildo Cosson (2010; 2020; 2021) sobre letramento literário; os conceitos e as concepções que envolvem a literatura infantojuvenil, alicerçados nos estudos de Jesualdo Sosa (1978), Regina Zilberman(2003; 2012), Teresa Colomer (2003; 2007; 2017), Nelly Novaes Coelho (2010), além do Referencial Curricular de Rondônia (2018).