Humor, grotesco e modernidade em narrativas de Monteiro Lobato e de Menotti Del Picchia

Abstract

Este trabalho propõe analisar o diálogo entre o conto intitulado “Negrinha” (1920), de Monteiro Lobato (1882-1948), e a narrativa “O crime d’aquela noite” (1924), de Menotti Del Picchia (1892-1988), a fim de averiguar a maneira pela qual a tríade entre humor, grotesco e modernidade está neles representada. Além disso, pretendemos verificar o modo como, nessas obras, Lobato (1920) e Del Picchia (1924) importaram e aclimataram determinadas teorias advindas, sobretudo, da Europa. Uma de nossas hipóteses é que, por meio de uma apreciação da estrutura das narrativas, seja possível delinear a configuração particular de determinados aspectos do Modernismo Brasileiro. Para tanto, nossos estudos buscam verificar a interrelação entre o grotesco, o humor, e características modernistas encontradas nas obras de Monteiro Lobato (1920) e Menotti Del Picchia (1924). Com outras palavras, nossa principal proposição é que, por meio dos estudos comparados, seja possível identificar, nestas narrativas, aspectos do Modernismo mundial, delineando ao mesmo tempo uma configuração de determinados aspectos desta corrente artística no Brasil, principalmente no contexto em que foram compostos “Negrinha” (1920) e “O crime d’aquela noite” (1924) – obras que ainda são carentes de investigação. Para a consecução de nossos objetivos, além de dialogar com parte da fortuna crítica de Monteiro Lobato e de Menotti Del Picchia, valer-nos-emos de teorias de: Antonio Candido (1995), Affonso Ávila (1975), Tzvetan Todorov (2013), Massaud Moisés (2006), João Luiz Machado Lafetá (1974) Luís Costa Lima (2002), Alfredo Bosi (1959), Victor Hugo (2002), Marisa Lajolo (2006), Julio Cortázar (1993), Domício Proença Filho (2001), Beatriz Resende (2014), Ricardo Pliglia (2004 ), Yves Reuter (2002), Boris Eikhenbaum (1971), Viktor Chklovski (1971), José Luis Jobim (2020), entre outros teóricos citados no decorrer desta apreciação.