Piscicultura de água doce com destaque para espécies nativas brasileiras

Abstract

O objetivo central deste trabalho foi verificar com quanto a piscicultura pode contribuir na provisão de alimentos para a humanidade. Um segundo objetivo, de caráter subsidiário, focou em determinar se o peixe pode ser ingrediente adequado na composição dos cardápios da Alimentação Escolar. Para fins comparativos a pesquisa desenvolveu-se de forma abrangente, partindo da produção geral de organismos aquáticos (captura e cultivo), fechando em piscicultura de água doce. Em termos geográficos o critério foi similar, ou seja, considerou-se como ponto de partida a produção mundial, seguida da produção nos diversos continentes com ênfase nos maiores produtores. Como fechamento, a busca concentrou-se na produção brasileira e, de modo particular, no que produz o Estado de Rondônia. As abordagens metodológicas consistiram em trabalhar com dados secundários, excetuado um único dado pinçado na cozinha da merenda escolar de uma escola estadual rondoniense de Educação Básica. A FAO elegeu-se como a fonte primordial de informações de âmbito mundial. No que tange ao Brasil, além da própria FAO, o IBGE representou a autoridade primeira para informações estatísticas. No mais, foi essencial a busca de literatura especializada sobre o tema publicada nas revistas científicas, para o que se contou em primeira mão com as ferramentas de busca da SciELO e do Google Acadêmico. Assuntos regulamentados por normas legais e governamentais, ou tratados por instituições públicas reconhecidas, foram buscados diretamente nos respectivos sites, a exemplo do Portal de Legislação do Planalto (Governo Federal), Governo de Rondônia, SEDUC, MEC, ONU, e outros. Assim, a internet foi o instrumento decisivo de pesquisa. Ficou constatado que a piscicultura tem participação expressiva na produção mundial de alimentos. A FAO aponta, para 2020, uma produção global superior a 87 milhões de toneladas, das quais mais de 48 milhões de toneladas corresponderam especificamente à piscicultura de água doce. Constatou-se também que o Brasil apresenta apreciável potencial para a piscicultura de água doce, pois dispõe de mais 50 espécies nativas propícias para o cultivo em cativeiro. Entretanto, o País ocupa a oitava posição na produção mundial de peixes de águas interiores, com participação de apenas 1,12% do total mundial produzido em 2020. A produção nacional, nesse mesmo ano, alcançou 554 mil toneladas das quais 189 mil toneladas corresponderam a espécies nativas, parcos 34% do total, o que indica a predominância de espécies exóticas. O Estado de Rondônia confirmou o posto de maior produtor brasileiro de espécies nativas encabeçadas pelo tambaqui, com 47% da Região Norte e 24% da produção nacional. Também ficou constatado que o peixe, além de ser alimento saudável, oferece alto valor nutritício, tem grande aceitação entre os consumidores, é ofertado extensivamente no território estadual e, portanto, tornou-se ingrediente necessário e rotineiro da Alimentação Escolar das Escolas da Educação Básica do Estado de Rondônia.