Ei, gestor, vamos conversar? A inclusão de universitários com deficiência

Abstract

Nas últimas décadas, os avanços normativos relativos aos direitos da pessoa com deficiência permitiram uma maior inserção desse público no contexto da Educação Superior. Diante dessa realidade, as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) precisaram se organizar para receber os estudantes com deficiência. Desse modo, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o processo de inclusão de universitários com deficiência antes e durante a pandemia da Covid-19, tendo como foco a perspectiva dos gestores, enquanto que, os objetivos específicos são: compreender a organização da equipe de gestores responsável pelo acompanhamento pedagógico dos discentes com deficiência; analisar os documentos e políticas institucionais que tratam sobre a inclusão de universitários com deficiência antes e durante a pandemia; e comparar dados referentes à entrada e à permanência desses estudantes no mesmo período. Para compreender esse processo, foram entrevistadas servidoras responsáveis pelo acompanhamento dos discentes com deficiência na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), bem como realizada a busca de documentos referentes à inclusão no site do Ministério da Educação (MEC) e da UNIR. Para a análise de dados, utilizamos como base teórica a Psicologia Histórico-Cultural (PHC), fundamentada no método materialista histórico-dialético (MHD), que visa extrair a essência do fenômeno ao estudar o objeto em movimento, sem separar o social e o individual e buscando transformar a realidade estudada. Para trabalhar os dados coletados, foram elaborados eixos, subdivididos em categorias, visando compreender a dinâmica da realidade apresentada aos universitários com deficiência na instituição pesquisada. Ao concluir esta pesquisa, podemos dizer que há na UNIR um movimento em direção à inclusão, mas ainda é um movimento muito tímido e recente, o que é problemático, tendo em vista que a luta pela inclusão não é nova. Acreditamos que a Psicologia Histórico-Cultural tem muito a contribuir na instrumentalização dos gestores educacionais, com base nos conceitos da defectologia, que permitem que a pessoa com deficiência seja vista como alguém capaz, com autonomia e responsabilidade sobre o seu processo de aprendizagem, desde que as instituições educacionais estejam estruturadas de modo a tensionar as forças para compensação da deficiência.