Situação nutricional das crianças de 2 a 5 anos internadas no HICD - Hospital Infantil Cosme e Damião, com doenças prevalentes na infância

Abstract

OBJETIVO: analisar o estado nutricional das crianças de 2 a 5 anos internadas no Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD) com doenças prevalentes na infância: diarreia e pneumonia; com a meta de padronizar um protocolo de Educação Alimentar e Nutricional baseado nos Guias alimentares e na Pirâmide Alimentar, conforme a faixa etária, adaptado as diferenças regionais da amostra estudada. MÉTODOS: O presente estudo foi tipificado em estudo de abordagem quantitativa, tipo observacional descritivo transversal, constituído de levantamento de variáveis antropométricas e de consumo alimentar, em crianças de 2 a 5 anos internadas no HICD com doenças prevalentes na infância: diarreia e pneumonia, no período de outubro a dezembro de 2014. O diagnóstico nutricional foi estabelecido pelos índices antropométricos recomendados pela OMS e adotados pelo Ministério da Saúde para crianças menores de 5 anos. Os dados antropométricos obtidos foram tabulados no EXCEL e analisados no programa WHO Anthro/2006, WHO Anthro plus/2007, que utiliza os padrões da OMS e calcula o Z-escore e percentil para os índices antropométricos de P/I, E/I e IMC/I. Também foram utilizados os programas Epi Info versão 7.0 e o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 13.0. Para o levantamento de dados sobre o consumo alimentar foi aplicado um questionário de frequência alimentar, elaborado por Colucci e colaboradores (2004), específico para crianças de 2 a 5 anos. Foram analisados 60 itens, divididos em 10 grupos alimentares. RESULTADOS: O diagnóstico mais frequente entre as crianças estudadas foi de pneumonia 35/ 36 (97,2%) e apenas 01/36 (2,7%) das crianças com diarreia. Ao associar o estado nutricional pelos índices antropométricos de P/I, E/I e IMC/I, em zescore e percentil, por sexo das crianças estudadas, foi observado que houve predominância de eutrofia para todos os índices utilizados. O consumo alimentar das crianças em relação aos grupos estudados, mostrou que o grupo das proteínas teve baixo consumo para carnes e peixes; grupo dos carboidratos: alto consumo; grupo das frutas, verduras e legumes com alto consumo; grupo dos leites e derivados: alto consumo; grupo dos açúcares, doces e salgadinhos: alto consumo; grupo das preparações salgadas como: pizza, sanduíches e sopa com carne apresentou baixo consumo; grupo de bebidas: alto consumo de água, refrigerantes e sucos artificiais; grupo do feijão com baixo consumo. CONCLUSÃO: Ao compararmos os estudos realizados nas últimas décadas a nível nacional e microrregional é possível verificar um relevante decréscimo na prevalência de desnutrição em crianças menores de cinco anos. As taxas de sobrepeso encontradas no presente estudo, assim como referenciado por vários outros autores, também são resultados consideráveis, pois refletem a atual situação pertinente ao estado nutricional de crianças, revelando uma importante transição nutricional.