A educação de jovens e adultos em tempos de pandemia no município de Ji-Paraná/RO

Abstract

Este trabalho aborda a temática Educação de Jovens e Adultos em tempos de pandemia no município de Ji-Paraná. A questão em foco, procura entender como acontece o processo de ensino-aprendizagem utilizando instrumentos de mediação tecnológica e outros recursos não presenciais na EJA em Ji-Paraná/RO e tem objetivo saber quais os desafios e as dificuldades apresentadas na prática docente, durante as aulas remotas, mediante o contexto de isolamento causado pela Covid-19. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa é de cunho qualitativo sendo necessário inicialmente fazer um levantamento dos trabalhos relacionados a modalidade da EJA no estado de Rondônia, a fim de conhecer as temáticas desenvolvidas e os dados referentes às buscas. Em sequência, foram realizados entrevistas com quatro docentes de duas escolas no município, para compreender como se dá o processo ensino-aprendizagem do estudante da EJA, durante a pandemia. Para delinear o contexto político, social e histórico em que a EJA se insere, apoiamo-nos nas contribuições de Romão e Gadotti (2007), Di Pierro e Haddad (1994 e 2015) e no próprio Parecer CNE 11/2000. Após o delineamento, para fundamentar o trabalho foi utilizado, grandemente, Paulo Freire, que é um dos grandes percursores da EJA como educação crítica no Brasil. Todos os autores se destacam pela importância da interação, diálogo e leitura de mundo na prática de ensino do educador e da educadora da EJA. A fala dos professores durante as entrevistas, pode confirmar a importância da interação professor-aluno durante as atividades de ensino, o que é um dos pontos mais nevrálgicos com o ensino remoto. Além disso, destaca-se na pesquisa com os docentes, a desigualdade na educação dos alunos que têm acesso a tecnologia entre os que não têm recursos tecnológicos e acabam tendo como única opção, dar sequência ao processo escolar, por meio de atividades impressas disponibilizadas pelas escolas. Devido à falta de amparado da parte do Governo aos alunos economicamente desfavorecidos, o ensino-aprendizagem do estudante da EJA em tempo de pandemia se descaracteriza pela falta de interação, diálogo e equidade no acesso à tecnologia.