Entre-mundos: os seres que transitam entre o visível e o invisível na ficção rondoniense

Abstract

Essa pesquisa busca compreender como o imaginário amazônico está presente na literatura de ficção rondoniense. Para tanto, parte-se da compreensão de que a literatura é uma recriação simbólica do real, a fim de estabelecer as relações entre a literatura escolhida para o corpus do trabalho e o imaginário amazônico. O conceito de imaginário amazônico é primordial para a compreensão de como as visagens se manifestam na obra e sua conexão com a chamada cultura amazônica. A análise se faz a partir de contos com a presença de visagens, ou seja, seres que transitam entre o mundo visível e o mundo invisível nas narrativas, rompendo as construções convencionais do real na obra literária. Assim, a análise se dá a partir da relação dessas visagens com os contos em que estão representadas e, das mesmas, com a cultura amazônica da qual defende-se que as narrativas participam. Dessa forma, partindo da hipótese de que as visagens agem nas narrativas elencadas como provocadoras do medo, busca-se compreender as narrativas como participantes do insólito literário amazônico. Para alcançar os objetivos propostos, recorre-se à pesquisa bibliográfica, com ênfase nas obras de Alfred Botting (2005), Antônio Cândido (1989, 2000, 2006), Benedito Nunes (1995), Flávio García (2012, 2017, 2019), Júlio Cortázar (2018), Júlio França (2011), João de Jesus Paes Loureiro (2015), Noel Carroll (2004), Osman Lins (1976), entre outros