Os personagens D. Amélia e Major Alberto como representação das forças coloniais em Três Casas e Um Rio, de Dalcídio Jurandir

Abstract

O presente estudo analisou o livro Três Casas e Um Rio, de Dalcídio Jurandir (2018), quanto à representação das forças coloniais nas figuras das personagens D. Amélia e Major Alberto. Esta análise bibliográfica e qualitativa está embasada nos estudos pós-coloniais e nos estudos sobre o elemento estrutural personagem, tendo em vista que a presente pesquisa tem como objeto de estudo os personagens da obra há pouco citados, sob a perspectiva dos estudos pós-coloniais. Para a efetivação da análise, o referencial teórico adotado inclui os autores Said (2007, 2011), Quijano (2000), Hall (2014, 2016), Fanon (2008, 2013), Bonnici (2000), Bhabha (2013), Candido (1995, 2006), Brait (1985), Todorov (2012), Reuter (2014) além de Augel (2007), Gondim (1994), Souza (2009), Foucault (2013) e Loureiro (2015). O objetivo desta análise é identificar no referido livro, sob o panorama pós-colonial amazônico, quais fragmentos narrativos das personagens supracitados explicitam e questionam a dominação imperialista eurocêntrica remanescente do colonialismo, apresentando a dinâmica histórica, sociológica e literária das relações de dominação e resistência entre as forças coloniais dialogando com os estudos pós-coloniais em postura descolonizadora. A análise do livro supracitado demonstra que os personagens D. Amélia e Major Alberto assumem na narrativa discursos opostos dramatizando problemas como a discriminação étnica, racial e econômica, despertando a reflexão crítica contra essa herança colonial imperialista na Amazônia, combatendo o silenciamento cultural dessa região por meio da narrativa póscolonial do livro Três Casas e Um Rio.