Modelo agrometeorológico para predição da produtividade do capim-zuri sob manejos nutricionais contrastantes

Abstract

O Brasil apresenta um dos menores custos de produção de carne e de leite do mundo, diante disso, as forrageiras são consideradas como principal fonte de alimento para ruminantes, pois quando submetidas a manejos adequados essas forrageiras podem atingir valor nutricional que permite consideráveis ganhos em produtividade. O objetivo do trabalho foi validar um modelo agrometeorológico com vistas a estimar a produtividade de biomassa do capim-zuri sob diferentes níveis de intensificação do manejo nutricional. Para isso, foram utilizadas as variáveis: temperatura, radiação solar, precipitação e balanço hídrico para compor o modelo. Para a parametrização e validação do modelo realizou-se experimentação a campo na Embrapa Rondônia, no município de Porto Velho e os dados foram coletados durante o período de fevereiro de 2018 a dezembro de 2019, totalizando 19 ciclos/cortes com intervalos de 29 a 47 dias. O delineamento foi em blocos casualizados com parcelas subdivididas e medidas repetidas no tempo. O manejo nutricional da pastagem foi classificado de acordo com a dose anual de nitrogênio (N) em: baixo (100 kg de N.ha-1.ano-1), médio (250 kg de N.ha-1.ano-1) e alto (500 kg de N.ha-1.ano-1). A adubação potássica seguiu a recomendação de 80% da dose de N. Os dados climáticos foram obtidos em duas estações meteorológicas localizadas no município de Porto Velho. A interceptação da radiação fotossinteticamente ativa (IRFA) e o índice de área foliar (IAF) foram medidas com ceptômetro AccuPAR LP-80. A produção de matéria seca (MS) foi mais elevada nos ciclos 6, 7 e 8 no ano de 2018 e nos ciclos 11, 12, 13, 18 e 19 no ano de 2019. A produção de MS foi maior no manejo nutricional alto, com média de 2.941,07 Kg MS.ha-1. O coeficiente de extinção de luz médio observado no capim sob os três manejos nutricionais foi de -0,76. Os parâmetros do modelo que indicam a relação linear entre o Graus-Dia Acumulado (GDA, °C) e o IAF foram 0,0061, 0,0045 e 0,003 para os manejos nutricionais alto, médio e baixo, respectivamente. A eficiência de uso de radiação (EUR) apresentou valores médios de 2,08, 1,79 e 1,45 para os manejos alto, médio e baixo, respectivamente. O capim-zuri apresentou melhores taxas de IRFA, IAF (95% e 4,3) respectivamente, e maior produtividade (1.993,93 kg MS.ha-1) no período sem restrição hídrica e quando submetido ao manejo nutricional de 500 kg de N.ha-1.ano-1 e 400 kg de KCl.ha-1.ano-1. O modelo agrometeorológico é capaz de estimar a produtividade do capim-zuri em diferentes adubações com ou sem restrição hídrica.