As paisagens do medo na narrativa do Viajante Inglês: o Mar e a Selva em diálogo com a narrativa histórica na perspectiva dos estudos pós-coloniais

Abstract

O estudo teve como objetivo analisar a obra literária O Mar e a Selva, relato de um inglês na Amazônia (2014), de autoria de Henry Major Tomlinson (1873-1858), com destaque para a tessitura empreendida pelo viajante quanto à tônica do medo nas construções das paisagens descritas durante a viagem a bordo do navio Capella e também durante a sua estadia em Porto Velho, no início de 1910, considerando a contribuição de elementos importantes para a fase de construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré - EFMM, estabelecendo conexões com a narrativa histórica. A pesquisa, de caráter bibliográfico, teve como base os estudos culturais pós-coloniais, teorias específicas sobre o estudo do medo e suas paisagens e contribuições de outras teorias pertinentes. Assim, Aníbal Quijano (2005), Edward Said (1990 e 2011), Enrique Dussel (1993), Franz Fanon (1968), Mary Louise Pratt (1999), Yi-Fu Tuan (1980, 1983 e 2005), Manoel Rodrigues Ferreira (2005), dentre outros, que contribuíram para a análise do objeto em tela. Alguns conceitos foram priorizados, como: narrativa literária, narrativa histórica, colonialismo, eurocentrismo, descolonização, orientalismo, construção do Outro, espelhamento, zonas de contato, descolonização do conhecimento, topofilia, topofobia, paisagens do medo e outros pertinentes. No Roteiro I, tratou-se do texto e do contexto da obra. Em seguida, no Roteiro II, buscou-se compreender o olhar do estrangeiro sobre a região, sob a perspectivas de estudos pós-coloniais e outras linhas de análise. Após, na construção do Roteiro III, foi desenvolvida a abordagem central buscando perceber as impressões do estrangeiro e as paisagens do medo que o viajante estrangeiro construiu sobre a Amazônia, com ênfase na categoria paisagens do medo.