A carreira profissional das egressas formadas pelo curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Rondônia: realidades e barreiras enfrentadas pelas bibliotecárias no mercado de trabalho.

Abstract

As mulheres ainda hoje enfrentaram dificuldades para ingressarem e progredirem no mercado de trabalho. Sendo a Biblioteconomia uma profissão considerada de domínio feminino as bibliotecárias ainda enfrentam barreiras no mercado de trabalho? O objetivo geral deste trabalho foi identificar quais as realidades e barreiras enfrentadas pelas egressas do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Rondônia no mercado de trabalho. Mais especificamente, os objetivos foram: a) quantificar o número de egressos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), sua divisão por gênero e sua atuação profissional atual; b) descrever sua inserção profissional na área de formação e; c) compreender as eventuais barreiras enfrentadas pelas bibliotecárias no mercado de trabalho. A pesquisa se caracteriza como exploratória e qualitativa, tendo adotado como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo que desenvolveu, como instrumento de coleta de dados, um questionário com perguntas abertas e fechadas direcionadas para aos egressos do curso de Biblioteconomia. Os resultados mostram que a maioria dos egressos (64,1%) atua no mercado de trabalho como bibliotecários ou profissionais da informação, outros são funcionários públicos ou trabalham em outras áreas (28,3%), enquanto 7,5% estão desempregados. Os principais facilitadores da inserção profissional são as experiências profissionais em estágios ou outros empregos e a formação de qualidade. Já as principais barreiras enfrentadas pelos egressos, de acordo com as respostas, são a falta de oportunidades de trabalho e a desvalorização da profissão bibliotecária na sociedade. Conclui que na Biblioteconomia não se observou discriminação de gênero propriamente dita, mas sim uma desvalorização geral da profissão, realizada em grande maioria por mulheres, gerando poucas oportunidades de trabalho e baixos salários. É necessário que a classe bibliotecária se mobilize para exigir o cumprimento da lei da universalização das bibliotecas e mostrar seu valor para a educação, para a cidadania e para o bem-estar de todas as pessoas.