Diálogos formativos entre a universidade, a educação básica e a educação especial para a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Abstract

Esta pesquisa aborda o tema do trabalho formativo e colaborativo entre a Universidade, a Educação Básica e a Educação Especial para a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Teve por objetivo central analisar o trabalho colaborativo e articulado entre a Universidade, a escola de Educação Básica e a Educação Especial no processo de inclusão do aluno com TEA. Apresenta como ponto de partida o seguinte problema de pesquisa: De que maneira o trabalho colaborativo entre a Universidade Federal de Rondônia, a Escola Municipal de Ensino Infantil e de Ensino Fundamental Chapeuzinho Vermelho de Ariquemes, bem como, a Associação de Mães de Autista de Ariquemes, por meio de uma pesquisa participativa, pode contribuir para a inclusão do aluno com TEA? Para tanto, adotou-se os procedimentos metodológicos alinhados à pesquisa participativa, com abordagem descritiva e qualitativa, fundamentado em estudos como Prais (2016), Glat e Plestch (2010), Mendes (2010), Omote (2003) Vitaliano (2010), entre outros. Para coleta de dados, delimitou-se o município de Ariquemes, Rondônia, tendo três instituições co-participantes (Universidade, escola municipal de Educação Básica e instituição especializada), totalizando a participação de 14 acadêmicos de Pedagogia, 4 profissionais da instituição especializada, 19 professores de classe comum, 7 educadores sociais e 2 familiares de crianças com TEA. A partir da análise de conteúdo (BARDIN, 2011) e de episódios (MOURA, 2004) os dados foram sistematizados em quatro categorias a saber: a) Perfil dos participantes; b) Levantamento das necessidades formativas; c) Evidências formativas e colaborativas, d) Avaliação do processo formativo. Como principais resultados e discussão, evidenciou-se necessidades formativas dos participantes das três instituições: Desconhecimento da definição de educação especial e educação inclusiva; Dificuldade para o planejamento de estratégias e práticas pedagógicas na inclusão do estudante com TEA; Dificuldades para o trabalho colaborativo na educação inclusiva em parceria com as escolas regulares; Falta de recursos didáticos adequados para o trabalho pedagógico. Após análise dos dados, foi possível identificar que os diálogos formativos e colaborativos desenvolvidos favoreceram: Entendimento dos conceitos de Educação Especial e Educação Inclusiva; Conhecimento para o planejamento e práticas pedagógicas na inclusão do estudante com TEA; Entendimento no planejamento e práticas pedagógicas na inclusão do estudante com TEA; Elaboração de recursos didáticos adequados para o trabalho pedagógico e realização de ações colaborativas para a inclusão do aluno com TEA. Ao avaliar o processo formativo, os participantes destacaram a importância das formações direcionada as necessidades vivenciadas por eles junto aos alunos com TEA, reconhecimento do distanciamento do ideal com o real pela falta de conhecimento sobre Educação Inclusiva e necessidade de continuidade do acompanhamento das práticas pedagógicas e o fortalecimento do trabalho colaborativo entre as instituições. Espera-se que a pesquisa ofereça uma contribuição para o entendimento do trabalho colaborativo como essencial no processo de inclusão dos alunos com TEA.