O drama simbólico das diferenças: análise semiótica da temática que incide nas dissidências étnicas e de gênero no conto “Ezequiela, a humanidade” de Mia Couto

Abstract

No presente TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, em forma de Artigo, cuja pesquisa intitulada: O drama simbólico das diferenças: análise semiótica da temática que incide nas dissidências étnicas e de gênero no conto “Ezequiela, a humanidade” de Mia Couto, objetivamos analisar o processo gradativo de dissidências étnicas e de gênero na personagem protagonista Ezequiela e, por efeito, o processo de adaptação e aceitação do personagem Jerónimo. Nessa proposição, na qual a tradição e a modernidade duelam entre si, uma vez que incidem no deslocamento entre o velho versus o novo. Assim, destaca-se nesse estudo, o método analítico da semiótica do discurso, pelo qual observa-se a intertextualidade bíblica (tradição) que privilegia o masculino em prejuízo do feminino. Nesse interim, a personagem feminina se destaca pela sua postura modernista, considerando a composição de temas atuais, a saber: raça, etnia, gênero e sexualidade que se avultam no conjunto de discussão que envolvem as Ciências Sociais. Corroboram, nessa pesquisa, com maior ênfase, os estudos de Kalina Silva a respeito de conceitos históricos afins ao tema proposto. Acresce, ainda, os estudos de Judith Butler a respeito das questões de gênero e sexualidade. Outros referenciais, de menor inferência teórica, também corroboram na efetivação da análise proposta no corpus do Artigo. A princípio, é concluso que o conto “Ezequiela, a humanidade” simboliza, alegoriza, metaforiza, em termos semânticos e semióticos, a perspectiva performática dos corpos que não se limitam nas fronteiras étnicas e de gênero. Assim, a temática em pesquisa, busca discutir assuntos tabus e complexos que pressupõem a promoção de causas e efeitos históricos, já que envolvem as existências humanas delimitada na etnia e no gênero. Desse modo, o autor através da sua ficção propõe o rompimento do pensamento conservador tradicional e, por efeito, conecta o ser humano no constructo de discursos menos exclusores.