Práticas pedagógicas desenvolvidas em uma turma de educação infantil direcionadas a alunos com Transtorno do Espectro Autista

Abstract

Esta pesquisa aborda o tema práticas pedagógicas desenvolvidas em uma turma de Educação Infantil direcionadas a alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Teve por objetivo central avaliar práticas pedagógicas de um professor da Educação Infantil direcionadas ao processo de inclusão do aluno com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Apresenta como ponto de partida o seguinte problema de pesquisa: Quais práticas pedagógicas desenvolvidas por um docente da educação infantil representam aspectos direcionados ao processo de inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Para tanto, adotou-se os procedimentos metodológicos alinhados à pesquisa de campo, de natureza aplicada, com abordagem qualitativa. Para coleta de dados, delimitou-se o município de Ariquemes, Rondônia, tendo como participante uma docente de uma escola da rede pública municipal. A partir da análise de conteúdo (BARDIN, 2011) e de episódios (MOURA, 2004) os dados, com base em Vioto (2022), foram sistematizados em três categorias a saber: a) Perfil da participante; b) Práticas pedagógicas favoráveis à inclusão de alunos com TEA; c) Práticas pedagógicas que dificultam o processo de inclusão de alunos com TEA. Como principais resultados e discussão, identificou-se práticas favoráveis à inclusão do aluno com TEA pela docente como: ensinou o mesmo conteúdo aos alunos com TEA e demais colegas da turma; promoveu o incentivo à participação nas atividades; usou do contato visual e de linguagem acessível; incentivou a prática de interação entre todos os alunos; estimulou à afetividade na turma; utilizou jogos e brincadeiras como práticas favorecedoras para o desenvolvimento da socialização do aluno com TEA e antecipou a rotina. Dentre as práticas pedagógicas que podem dificultar o processo de inclusão foram observadas: a abordagem de conteúdo sem contemplar o foco de interesse do estudante com TEA, ausência de um acompanhamento próximo em determinadas situações para potencializar o objetivo da atividade; ausência de uma orientação individual como estímulo à participação destes alunos nas rodas de conversa; carência de recursos didáticos na organização dos espaços da sala de aula. Após análise dos dados, identificamos que, para que as intencionalidades docentes com a inclusão sejam efetivadas, é preciso que haja uma mobilização atitudinal, conhecimento sólido e reconhecimento das necessidades de cada estudante para que se promova a aprendizagem destes alunos. Espera-se que a pesquisa ofereça uma parcela de contribuição ao movimento da inclusão educacional trazendo orientações aos professores e os demais profissionais da área da Educação, com relação ao desenvolvimento de práticas pedagógicas favoráveis à inclusão de alunos com TEA.