Manejo de Conotelus sp. (coleoptera: Nitidulidae) em maracujazeiro.

Abstract

Conotelus sp. (Coleoptera: Nitidulidae) causa danos significativos nas flores e frutos do maracujazeiro na região da Zona da Mata em Rondônia. Em resposta a esse problema fitossanitário e à falta de métodos de controle adequados, o uso de inseticidas não autorizados tem se tornado frequente nessa cultura regional. Nesse contexto, pesquisas são essenciais para elucidar as injúrias causadas às estruturas da planta, bem como para compreender a dinâmica populacional e a ecologia desse inseto. Simultaneamente, torna-se necessário avaliar a toxicidade de inseticidas visando ao controle dessa nova praga que afeta o maracujazeiro na região amazônica. O objetivo do estudo foi avaliar os danos provocados pelo Conotelus sp. nas flores e frutos do maracujazeiro, identificando os locais de pupação do inseto, investigando as plantas hospedeiras no entorno das áreas de cultivo de maracujá, e testando a eficácia de armadilhas para a captura de Conotelus sp. Além disso, avaliou em laboratório a toxicidade ao Conotelus sp. de inseticidas químicos registrados e não registrados na cultura do maracujazeiro. Os resultados revelaram que a presença de adultos de Conotelus sp. nas flores de maracujazeiro resulta em danos nas sépalas, sendo que níveis populacionais mais elevados estão associados a danos mais severos. Contudo, o número de orifícios por fruto não aumentou em relação à densidade populacional de larvas do Conotelus sp. nos frutos de maracujá. Foi constatado que a pupação de Conotelus sp. ocorre no pedúnculo dos frutos e que o inseto não utiliza o solo nem a vegetação circundante como abrigo. A armadilha adesiva de cor azul demonstrou ser promissora para o monitoramento e captura de Conotelus sp. Além disso, os inseticidas clorpirifós, fenpropatrina, espinetoram, imidacloprido, clofenapir e tiametoxam mostraram-se eficazes no controle das larvas de Conotelus sp., indicando seu potencial para o manejo dessa praga. A CL50 do clorpirifós e da fenpropatrina sobre o Conotelus sp. foram determinadas como 3,19 g p.a./100 L e 22,09 g p.a./100 L, respectivamente, evidenciando a maior toxicidade do clorpirifós. Adicionalmente, estimou-se a CL90 do clorpirifós e da fenpropatrina em 8,36 g p.a./100 L e 79,04 g p.a./100 L, respectivamente.