Narrativas de experiência pessoal de seringueiros amazônidas

Abstract

O estudo de narrativas orais de experiência pessoal no contexto amazônico propicia pesquisas sobre memória, cultural e identidade. Neste trabalho, aplicamos os conceitos na esfera linguística, com base nas formulações dos teóricos Labov (1997) e Bruner (1991), referências em narrativas orais. Foi importante pesquisar se os estudos desses teóricos emergem em narrativas orais de experiência pessoal, registrada na forma escrita. Para isso, o objeto de cotejamento/análise são três narrativas orais/escritas de uma trilogia infanto-juvenil, com o objetivo de cotejar/analisar, à luz dos teóricos narratológicos, os constituintes estruturais-narrativos, tradicionais, mnemônicos, culturais e identitários referentes aos seringueiros. No contexto científico, a investigação indica a construção mental da realidade como transferência de experiência aos ouvintes/leitores; no contexto social, a narrativa como transmissora de elementos de tradição, de memória, de cultura e de identidade. A metodologia é de natureza básica, do gênero empírico, com fonte de informação secundária e abordagem qualitativa. Os métodos principais são a pesquisa narrativa e a pesquisa hermenêutica contemplando Paiva (2021); Weller (s/a). A fundamentação teórica orienta-se por: Bruner (1991), Labov (1997), Vansina (1982), Ferreira Netto (2009), Vegini (2014), Halbwachs (1990), Hall (2006), Bauman (2003), Canclini (2008), Laraia (2011) entre outros. Na análise hermenêutica do corpus, há fragmentos mnemônicos, culturais e identitários da região amazônica, com destaque à vivência no seringal; assim como, preservação cultural de narrativas tradicionais da região, elementos estruturais e construtivos mentais da realidade. Fica evidente que a produção de obras do padrão da trilogia cotejada/analisada, além de cumprir seu objetivo de literatura infanto-juvenil, gera matéria-prima para os estudos narratológicos.