Do menino analfabeto ao homem universitário

Abstract

Este trabalho teve como tema o meu processo de escolarização, desde menino até a vida adulta. A situação problema foi os desafios que passei nesse processo. O objetivo geral foi compreender o processo de constituição do sujeito “universitário”, correlacionando com os fatos sociais, históricos e educacionais, dos “lugares” vividos, durante o processo. Delimitamos como objetivos específicos: Narrar o contexto familiar e social vivido durante a infância; Descrever o início da alfabetização em um espaço não formal; Descrever como ocorreu o processo de escolarização na vida adulta. A pesquisa foi do tipo autobiográfica, dentro de uma abordagem qualitativa. O referencial teórico metodológico teve como base os trabalhos de Abrahão (2003, 2004), Abrahão e Bragança (2020), Azevedo (2021), Cunha (2016), Neves (2009, 2014), Passeggi, Nascimento e Oliveira (2016) e Santi, (2015). O material da pesquisa teve como base as narrativas da minha história de vida, desde a infância até a vida adulta, entrelaçando o contexto social, histórico e educacional, desde a escola informal até a chegada na UNIR. A metodologia se deu através de rodas de conversa, que foram sempre voltados à escuta, onde o pesquisador é o próprio narrador que conta sua história, para aqueles que são ouvintes e colaboradores, a professora orientadora e os monitores, que fizeram as anotações, as digitações e as indagações sobre os fatos, quando, como, onde eles acontecem, sem emitir juízos de valores, sentimentos ou inferências pessoais. Este trabalho autobiográfico, mediante o processo de narrar as memórias de algumas situações da minha vida, possibilitou que eu desconstruísse o que eu sabia sobre mim e reconstruísse minha própria história, não somente nas relações com as outras pessoas, mas também com os fatos históricos. Entendi que a história de um país, de um povo se faz com a participação de muitas histórias de indivíduos, que nem sempre precisam ser os grandes nomes da história, mas que como eu, se tornaram sujeitos na construção do que temos e o que somos hoje.