Representatividade negra nos livros de literatura infantil : uma experiência na turma do 2º ano da Escola Jandinei Cella Ji- Paraná / RO

Abstract

Este estudo trata de literatura infantil com personagens negras e a questão etnorracial, por isso adentra, brevemente em elementos marcantes dos negros e negras, ou seja, elucida um pouco de sua trajetória no Brasil desde a escravidão. A questão de pesquisa é: como a representatividade negra é compreendida por crianças do segundo ano na escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Jandinei Cella Ji- Paraná? Assim, o objetivo geral visa compreender as percepções dos estudantes de uma turma do 2º ano da escola Jandinei Cella frente aos personagens negros em histórias infantis, e a si mesmos. Os objetivos específicos são: identificar a importância da representatividade de protagonistas negros nos livros de literatura infantil para o trabalho com crianças na escola; perceber a auto identificação das crianças com relação a ser negro/a e a aceitação. Parte-se de pesquisa qualitativa descritiva tendo como técnica de coleta de dados, rodas de conversas feitas em sala de aula, contação de história de literatura infantil e uso de um questionário estruturado com uma turma de vinte e cinco alunos do segundo ano do ensino fundamental. Foi utilizado também fotografias de desenhos feitos pelas crianças. Destaca-se como relevante a ampliação do debate entre negros/pretos e pardos e brancos nos livros de histórias da literatura infantil, buscando promover igualdade e respeito à diversidade. Além disso, cita-se a necessidade do trabalho no ambiente escolar, a exemplo da escola Jandinei Cella, pois dá importância a projetos que direcionam para um aprendizado dos estudantes frente à questão etnorracial. A percepção da representatividade na escola é um aspecto fundamental no desenvolvimento das crianças pois assim pode influenciar profundamente a autoaceitação, a autoestima das crianças, a identidade e o senso de pertencimento. Trabalhar as questões raciais por meio da literatura infantil na escola ajuda a desmitificar ideias que nas famílias, por vezes, não é possível, por falta de conhecimento. As crianças, no contato com o outro se deparam com as diferenças e quando bem trabalhado aceitam as diferenças de modo a estranharem que alguém ache estranho que não seja assim. Ter protagonistas negros/as assumindo papeis de reis, rainhas, príncipes sendo representados em livros e demais atividades escolares pode ter impacto positivo na imagem das crianças pretas e pardas e isso aumenta a sua autoconfiança.